Por que estudar as Teorias da Tradução?
- Dona Tradutora
- 19 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mai. de 2021

Muitos educadores e estudiosos assumem, algumas vezes, que os tradutores que conhecem as teorias realizarão um trabalho melhor do que aqueles que não as conhecem.
O conhecimento teórico pode propor questionamentos positivos e algumas vezes sugerir respostas mais precisas.
Historicamente, a prática da tradução precede a teorização em centenas de anos.
Grande parte dos tradutores nunca estudou teorias e ainda assim conseguem desenvolver bons trabalhos.
Mas então qual seria o valor desse tipo de estudo?
Estudar as teorias torna o ato tradutório mais consciente e crítico, e isso faz toda diferença no produto final de uma tradução.
Toda prática supõe e gera teoria e toda boa teoria gera prática, o famoso aforismo de Kurt Lewin: ‘Nada existe de mais prático do que uma boa teoria’ (apud Ur, 1996:4)
José Antonio Sabio Pinilla, professor da Universidade de Granada, afirma que muitos tradutores dedicam-se apenas à tradução, sem se preocupar com a maneira como a fazem e, quando refletem, percebem que traduzem de modo pontual, a partir da prática.
Isso tem sido uma constante até os dias atuais. Estas reflexões, provenientes da prática, não constituem, estritamente, uma teoria, mas nos orientam sobre o tipo de questionamentos e problemas que preocupam os tradutores.
O que realmente nos interessa é “a” teoria, entendida como princípios que podem guiar o trabalho do tradutor profissional e orientar o estudante de tradução em seu processo de formação.
Ou seja, nos interessa a teoria como abstração de uma prática, com suas regras e princípios, com suas ferramentas, com sua metalinguagem, com suas estratégias, com toda a bagagem que permita traduzir e justificar nossas traduções.
É isso que Argüeso denomina como uma “teoria orientada à prática” (Nida, Argüeso and Ribas 126), teoria formada a partir da observação dos procedimentos que seguem os
tradutores e dos problemas que eles enfrentam, e não o contrário.
Por isso, os “princípios” ou “tipos de soluções”, como prefere Nida (Nida, Argüeso and Ribas 130), têm um papel fundamental na didática da tradução.
Não só é necessário ensinar os estudantes a traduzir, prossegue Argüeso, como também é necessário ensiná-los a justificar e defender suas decisões no âmbito de um “mercado
altamente competitivo” (Nida, Argüeso and Ribas 126).
O tradutor pode acertar em uma decisão, mas deve saber explicá-la quando for
questionado, evitando explicações do tipo “é que não soava bem” ou “não entenderiam” (Franco Aixelá 42b).
Finalmente, a teoria ajuda o tradutor a justificar e defender suas traduções e isso nos torna cada dia mais confiantes e seguros diante da prática tradutória.
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